Padre Alfredo Barbosa nasceu em 21 de agosto de 1917, em João Pessoa-PB, sendo o mais velho dos seis filhos do casal Cícero Mariano dos Santos e Maria Barbosa. Seus primeiros estudos foram em uma escola particular, e a primeira mestra, Dona Chiquinha. Concluiu o primário no Grupo Escolar Izabel Maria das Neves, em João Pessoa, e aos 16 anos entrou para o seminário, na mesma cidade, sendo ordenado padre no dia 19 de novembro de 1944. Após servir na paróquia de Lourdes, nas Trincheiras, foi transferido para Monteiro, em 1946, e, já no ano seguinte, para Campina Grande, tendo sido o primeiro pároco de São José, do bairro José Pinheiro, querido e respeitado pelo seu trabalho.

No dia 8 de dezembro de 1951, foi nomeado primeiro pároco de Cabedelo, tomando posse no dia 16. Como também foi nomeado administrador da antiga paróquia de Livramento - Forte Velho, Ribeira, Costinha, Fagundes, Gameleira, Lucena e outras 10 capelas, andava por todos esses lugares, de bote, canoa, a pé, a cavalo, de jipe, muitas vezes enfrentando ventos e tempestades para prestar assistência às famílias. Cumpriu sua missão de 1951 a 1991.

De 1983 a 1985, por causa da diabetes, Padre Alfredo perdeu as pernas, mas não perdeu a fé nem a alegria. Continuou com suas atividades em Cabedelo até 1991. Depois disso, passou a residir em João Pessoa, para cuidar da saúde debilitada.

No ano 2000, em onze de agosto, dez dias antes de completar 83 anos, faleceu Padre Alfredo Barbosa, que dedicou sua vida ao amor a Deus e à transformação da sociedade.

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Atuou em diversas áreas das ações humanas, além da religiosa: social, educacional, cultural e econômica, buscando o crescimento e desenvolvimento do povo e da cidade:

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Emancipação política de Cabedelo – apoiou o movimento em prol da libertação de Cabedelo da condição de Vila, o que ocorreu em 12 de dezembro de 1956;

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Atento à situação precária em que viviam as pessoas do lugar – preocupado com a falta de saneamento, de água encanada, transporte, escolas (só havia a escola primária, as pessoas pobres não podiam continuar seus estudos), incentivou a construção de poços, a busca por melhores transportes para a travessia do rio; coordenou uma campanha de Vacinação contra a paralisia infantil (poliomielite);

 

Criou a Fundação Educacional Paróquia de Cabedelo (1955), realizando três ações importantes: criação do Ginásio Imaculada Conceição, da Escola João XXIII e do Centro Social.

- O Ginásio Imaculada Conceição foi o primeiro ginásio de Cabedelo, criado em 1955, funcionou no Grupo Pedro Américo, na Casa Paroquial, até que construiu o prédio, com recursos federais e de outras fontes;

- A Escola João XXIII, além do currículo formal, oferecia atividades de técnicas agrícolas, (4 aviários, horticultura que alimentavam os alunos e ainda ajudava a pagar o salário dos funcionários), artes, e outros cursos práticos. A preocupação com as crianças e suas famílias levou-o a buscar apoio de amigos, pessoas da comunidade e até de outras nacionalidades, e juntos buscaram soluções para os problemas do lugar: programas de combate à fome; capacitação de profissionais em curso doado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação: Brasil); convênio com o consulado Alemão; bolsas de famílias da Bélgica. Em um dos bairros mais carentes, o João XXIII era uma escola modelo pra época. As práticas hortigranjeiras, além de ensinar as técnicas aos alunos, provia a alimentação; conseguiram também o leite (receberam a doação de uma vaca mecânica, para preparo do leite); além de outros programas que compunham a merenda escolar. Também nas férias havia colônia de Férias, com artes, jogos, recreação, merenda;

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O Centro Social da Paróquia, nos idos das décadas de 1950/60, com os cursos de datilografia, culinária, sapataria, alfaiataria, preparou muitos jovens para o mercado de trabalho;

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Incentivou as artes - Impulsionou um grupo de jovens estudantes a montarem a primeira peça conhecida de Cabedelo: "Anúncio feito a Maria", do francês Paul Claudel, que recebeu prêmio no I Festival de Arte Dramática, no Teatro Roza, em 1958 (a atriz Edna Freire recebeu o troféu de Melhor Atriz Coadjuvante). Além disso,  apoiava grupos de música, manifestações folclóricas como o Coco de roda, a Nau Catarineta, cedendo a Casa Paroquial e seu pátio como local para ensaios e reuniões, ações não apenas religiosas, mas também sociais, culturais;

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Criou a Cooperativa de Pesca - Com muita persistência, organizou os pescadores, contando com a ajuda de pessoas da cidade e um belga, Jacques, este apoiando todo o projeto de criação de uma Cooperativa de Pesca. Com recursos da antiga SUDENE, a Cooperativa foi fundada (67/68), prosperou, chegando a possuir sede própria, 10 barcos, conservação de peixes, pagamento correto aos pescadores pelo pescado. Evitava-se a exploração dos atravessadores, o que voltou a acontecer anos mais tarde, com interferências e problemas na direção, que levaram à falência da cooperativa;

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Movimento de Promoção da Mulher (1969) - com apoio de casais amigos e outras pessoas de boa vontade, criou o Movimento de Promoção da Mulher em Cabedelo, em favor das vítimas da Prostituição, e que se propagou por várias cidades da Paraíba ou até por outros estados. O cuidado com os filhos das "meninas de Padre Alfredo" levou à criação da primeira creche da cidade: Centro Educacional de Cabedelo;

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Grupo Amigos de Jesus – Gaje, com a participação de crianças, adolescentes, jovens que participavam das missas, com músicas, dramatizações, danças. As crianças eram incentivadas a estudar, a ler bem, a conhecerem os preceitos cristãos;

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Grupo de Teatro Amador Alfredo Barbosa - GTAAB, que até hoje encena A Paixão de Cristo e A natividade, foi criado em homenagem a Padre Alfredo. O grupo encenava a Paixão de Cristo na igreja Sagrado Coração de Jesus, na Semana Santa (após as missas), depois no Ginásio Imaculada Conceição, e, posteriormente, na Fortaleza de Santa Catarina.

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Suas conversas, palestras, pregações eram lições de vida - Padre Alfredo era ao mesmo tempo simples e culto. Gostava de entrar em contato com pessoas, com o mundo, suas conversas eram sempre um ensinamento para a vida; falava de ciências, português, história, geografia. Fez oito viagens ao exterior, entre outros objetivos, com o intuito de conseguir parcerias para os projetos sociais, educacionais. 

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Não afastado da missão de servir sempre, atendeu ao chamado da classe artística de Cabedelo e veio pedir a aprovação da lei municipal de incentivo à cultura, em 1999. Aprovada, a lei recebeu seu nome: Lei Padre Alfredo Barbosa. Esteve presente no Lançamento, recebeu inúmeras homenagens.

 

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